terça-feira, novembro 21, 2006

CABEÇA RACHADA

Quem lê este título pode até imaginar que o conteúdo do artigo seja uma piada ou, quem sabe, mais uma descrição de cena violenta feita por algum tablóide sensacionalista. Mas, infelizmente, não é o caso de rirmos ou de comentarmos exageros jornalísticos.
A “cabeça rachada” a que me refiro é aquela que faz separação entre “aquilo em que se acredita” e “aquilo que se pratica”. É a cabeça que pensa (talvez seja melhor dizer “imagina”, visto que isso não parece ser algo bem “pensado”) que é possível acreditar em alguma coisa sem que essa crença influencie a conduta da pessoa como um todo. Quem sofre desse problema de “cabeça rachada”, por exemplo, pode acreditar que o desmatamento de nossas florestas é prejudicial ao planeta, mas não perceber que esse tipo de convicção deveria levá-lo a atitudes práticas como, digamos, separar seu lixo reciclável.
Os exemplos poderiam ser multiplicados indefinidamente, mas eu gostaria de me concentrar em apenas um: será que podemos chamar Jesus de “Nosso Senhor”, crendo que somos seus servos, sem que vivamos para servi-lo? Afinal, foi Ele mesmo quem perguntou: “Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?” (Lucas 6:46)
Dominicalmente, temos nos reunido como Igreja para adorar ao Deus Trino. Em nossas orações e canções, constantemente nos referimos a Ele como “Nosso Senhor”. Mas será que percebemos as implicações disso, ou dividimos a vida em duas esferas distintas (o que eu creio versus o que eu vivo) por conta da tal “cabeça rachada”?
Quem quiser ter uma vida (ou “cabeça”) íntegra, não compartimentada, deve se lembrar de que é incoerente considerar-se submisso ao senhorio de Cristo, mas não fazer o que ele manda. E sua ordem é muito clara: devemos seguir seu exemplo de serviço aos irmãos. “Vós me chamais o Mestre e o Senhor e dizeis bem; porque eu o sou. Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também”. (João 13. 13 – 15)
Você, que chama Jesus de “Senhor” e se considera um servo d’Ele, tem feito o que ele manda? Tem servido aos seus irmãos para a edificação do corpo de Cristo? Ou você acredita que pode ser um servo d’Ele sem obedecer às Suas ordens? Será que você não está se parecendo com o folclórico “sambalelê”, que está doente, com a cabeça “quebrada”?

SONS DO DESERTO


Uma voz clama: "No deserto preparem o caminho para o SENHOR; façam no deserto um caminho reto para o nosso Deus." Isaías 40:3
Leia:
Isaías 40:1-11

É a primeira vez que Dã vai junto com seu pai apascentar as ovelhas. Tudo é novo, tudo é estranho. Dormir no chão, olhando as estrelas, longas caminhadas até um riacho, parar para dar de beber às ovelhas, fazer cabanas. Comer pão com manteiga e leite à sombra de uma grande pedra. Sentar-se em volta da fogueira, ouvir as histórias dos pastores e os sons estranhos que o deserto produz.
O velho Abner está sempre atento aos passos ainda hesitantes do seu filho. Dã é certamente sua mais preciosa ovelhinha. O pai sabe que precisa acompanhar de perto seu filho nesta primeira grande caminhada.
— Pai, seria bem mais fácil se a gente pu-desse tirar aquela montanha da frente, não é?
— Grande idéia, meu filho. Mas daria um trabalhão, não é mesmo? Você sabia que é isso mesmo o que Deus vai fazer um dia?
— Como assim?
— Um dia Deus vai nos levar, pelo meio deste deserto, à terra sagrada de nossos ancestrais. Há muitos anos fomos trazidos para viver aqui, na Babilônia, mas um dia o SENHOR vai nos guiar e vai aplanar as montanhas e aterrar os buracos profundos. Está ouvindo, Dã?
— O quê, pai?
— Um som que vem do deserto, uma voz que diz assim: "Aqui está o teu Deus!".
Pense:O Messias nos dará a fé para remover montanhas, ou a força para atravessá-las.

Ore:Abre caminho, SENHOR, entre as montanhas e desertos. Abre nossos ouvidos para ouvirmos a tua voz no meio deste lugar. Dá-nos esperança de uma restauração completa e final. Em nome de Jesus. Amém.